terça-feira, 22 de setembro de 2009

Considerações sobre o Emmy 2009


A Academia da televisão estadunidense, mais uma vez, consagrou “Mad Men” e “30 Rock” no Emmy 2009. As duas séries continuam chamando a atenção mais da crítica que do público, já que ambas não atingem as massas televisivas. Mas, independentemente da audiência, a premiação apenas consagra dois bons produtos televisivos.

“30 Rock” realmente não é muito popular, mas quem vê, certamente morre de rir com a cara de bobo do Alec Baldwin (que, por sinal, também foi eleito melhor ator em série de comédia). Além, claro, das nerdices de Liz Lemon. Como disse um amigo meu certa vez: “Tina Fey é o cara!”. Mas, desta vez, Tina não foi a melhor atriz em série cômica, e sim Toni Collette e suas quatro personalidades em “United States Of Tara”. Já “Mad Men” é um primor de produção, que impressiona pela quantidade de detalhes milimetricamente estudados para uma perfeita reconstituição de época, que vão desde os hábitos, linguagem e objetos de cena.

Gostei da vitória de Jon Cryer (melhor ator coadjuvante em série cômica), por “Two and a Half Men”. Sendo uma das poucas comédias no ar a manter as características de sitcom tradicional, a série é muito querida e agrada até no Brasil (ainda não sei o que o SBT está esperando para voltar a transmiti-la num horário decente). E Alan Harper, com aquela necessidade de ser sempre certinho, é daqueles coadjuvantes necessários. O que seria do Charlie sem ele?

Mas gostei mais ainda da vitória de Kristin Chenoweth, a Olive Snook de “Pushing Daisies”, como melhor atriz coadjuvante em série cômica. “Pushing Daisies” foi cancelada precocemente, mas, ao menos, sai de cena com um importante prêmio em mãos. E a adorável Olive brilhou bastante na segunda e derradeira temporada da série, sobretudo em seus momentos musicais (com destaque ao momento “noviça rebelde” dos episódios iniciais). Merecidíssimo! Aliás, se a Warner ignorou solenemente o segundo ano da série, o SBT já mandou avisar que vai exibi-lo na madrugada desta terça-feira, em “Tele Seriados I”.

Glenn Close é realmente uma atriz espetacular, mas sua Patty Hewes esteve um tanto abobalhada no segundo ano de “Damages”. Tá, a culpa maior é do roteiro, pois a interpretação da atriz segue impecável. Troféu de melhor atriz em série dramática pra ela! Bryan Canstron enterrou de vez o amalucado pai de Malcolm, de “Malcolm in the Middle”, em “Breaking Bad” e levou um merecido prêmio de melhor ator em série dramática.

Neste ano, a Academia lançou o prêmio de “momento revelação do ano”, cujo resultado é escolhido por meio de uma votação pela internet. Assim, os vampiros de “True Blood” confirmaram sua preferência diante do público, que escolheu a cena em que Sookie e Bill se conhecem para abocanhar o troféu interativo. Talvez um consolo para a audiência cada vez menor da premiação, que pode ter como uma das explicações o fato de que as séries vencedoras estão longe de serem campeãs de audiência.

Séries em Série é a coluna assinada por este jornalista, publicada todas as terças-feiras no portal Tele História (http://www.telehistoria.com.br/).

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