Aparentemente, "Glee" é mais uma daquelas comédias românticas teen feitas para atrair adolescentes. Afinal, a nova série mostra a montagem de um glee, como são chamados aqueles corais que cantam e dançam, formado pelos mais diferentes e já amplamente conhecidos e explorados tipos de um colégio americano. Mas não se deixe enganar: o coral de "Glee" é formado por típicos losers. E, por trás da série, está Ryan Murphy, o criador da explosiva "Nip/Tuck".
"Glee" começa quando Will Schuester [Matthew Morrison], professor de espanhol do McKinley High School, decide assumir a coordenação do Glee Club do colégio. O clube praticamente já não existe mais e Will, que participou dele em seus tempos de estudante, sonha com a volta dos tempos de glória. Mas ele não vai encontrar apoio da direção do colégio e terá que, literalmente, pagar para trabalhar. Mesmo assim, Will leva a ideia adiante e começa a pedir para que os alunos interessados se inscrevam. Só aparecem os "excluídos", como Rachel Berry [Lea Michele], filha de um casal gay que é avacalhada por toda a escola, mas sonha em ser uma estrela e costuma postar vídeos de si mesma cantando no MySpace [o que a faz ser sacaneada ainda mais].
Outros estudantes que topam a empreitada são a aprendiz de diva Mercedes [Amber Riley], o gay "aparecido" Kurt [Chris Colfer], o cadeirante nerd Arty [Kevin Mchale], e mais alguns outros. Os primeiros ensaios são desastrosos, mas Will persiste e sai em busca de ajuda. Encontra o apoio da professora Emma Pillsbury [Jayma Mays], que tem transtorno obsessivo compulsivo. Mas os alunos integrantes da alta hierarquia colegial, como os jogadores de futebol, não se mostram muito animados em integrar o glee. Até que, por acaso, Will descobre o talento musical de Finn Hudson [Corey Monteith], o quarterback super popular, que adora cantar e dançar, mas não está disposto a tornar isso público. Graças a uma pequena chantagem de Will, Finn se junta à equipe e, finalmente, o grupo chama a atenção do colégio. Agora, eles terão que ensaiar muito para participar de um campeonato de glees, mesmo com a ameaça de Will deixar a equipe, já que a esposa finge uma gravidez para afastá-lo deste "trabalho voluntário".
E tudo isso acontece apenas no primeiro episódio, que, em alguns momentos, lembra o filme "Mudança de Hábito 2". Porém, "Glee" não escapou da mente ácida de seu criador, Ryan Murphy que, além de "Nip/Tuck", também foi o responsável por "Popular". O resultado são momentos de puro humor negro e cínico, permeados por números musicais da melhor qualidade. No piloto, por exemplo, os alunos aparecem cantando "Rehab", de Amy Winehouse, "I Kissed a Girl", de Katy Perry, "Mr. Cellophane", do musical "Chicago", e "Don’t Stop Believin", da banda Journey. A versão da série para esta última, aliás, conseguiu vender 400 mil downloads no iTunes, uma prova de que a pré-estreia de "Glee", que aconteceu em 19 de maio nos EUA, conseguiu empolgar a plateia. Por isso, as expectativas de que "Glee" se torne a sensação desta temporada na televisão estadunidense são as melhores possíveis. O segundo episódio da série estreou por lá nesta semana.
Por aqui, o esquema será o mesmo. A Fox promove uma pré-estreia de "Glee" no próximo domingo, dia 13, às 22 horas. O restante da temporada, que deve ter 21 episódios, começa a ser exibido a partir do dia 4 de novembro.
Matéria originalmente publicada na Revista Paradoxo (http://www.revistaparadoxo.com/), no dia 09/09/2009.
Um comentário:
Série com piloto perfeito... Ótimas coreografias e a voz da protagonista é impecável...
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