
O enredo era improvável: o cotidiano de uma típica família norte-americana cujos integrantes eram seres pré-históricos. No elenco, incríveis robôs desenvolvidos pela Loja de Criaturas de Jim Henson. A série era uma produção Disney, criada por Michael Jacobs e Bob Young.
A família Silva Sauro (Sinclair, no original) era composta por Dino, o patriarca ranzinza e alienado, fã de televisão e cerveja; a mãezona Fran, que dedicava-se à família, mas demonstrava fortes características feministas; o filho Bob,o filho inteligente e revoltado quanto ao modo de vida conformista; Charlene, a filhinha consumista e fútil; a vovó Zilda, o estereótipo da sogra rabugenta; e uma das criaturas mais famosas dos anos 1990: Baby! Seus bordões como "não é a mamãe", "de novo" e "precisa me amar" eram repetidos pro 10 entre 10 criancinhas.

O episódio começa com Dino irritado com a programação da TV e resolve ir até à estação para criticá-la. Lá, os executivos da TV fazem um teste em Dino para descobrir o que o telespectador quer ver. Dino começa a dar ideias de programas extremamente idiotas, que são produzidos. A nova programação da TV é um sucesso, e Dino torna-se diretor de programação desta rede. Mas Fran começa a perceber que seus filhos começam a "emburrecer": Bob até esquece de respirar e passa mal. Preocupada, ela sugere ao marido que ofereça um conteúdo mais educativo em seus programas. Dino aceita e logo os novos programas culturais aparecem, estimulando todos a pensar. Em pouco tempo, Charlene tira boas notas na escola e Bob inventa um novo combustível de foguete. Estimulados pela TV, todos começam a buscar novos conhecimentos, passam a ler livros e a audiência da TV cai vertiginosamente. Preocupados com a situação, os executivos da TV demitem Dino e mais uma vez refazem a programação. Mas como convencer os telespectadores a abandonar os livros e voltar-se novamente à TV? Eles têm uma ideia: inventar um novo livro que contenha a programação e os horários da televisão. O nome da nova invenção? Guia da TV!
O episódio acima descrito (cujo nome infelizmente não me lembro) chega a ser um tapa na cara dos telespectadores e uma corajosa, porém ambígua, crítica à principal indústria do entretenimento. Corajosa porque sugere que os próprios telespectadores de "Família Dinossauros" procurem algo a mais para entreterem-se. Ambígua porque a série sobreviveu às custas desta indústria que critica. Afina, bonecos, álbuns de figurinhas, chicletes e todo tipo de badulaque com a grife da série vendeu como água no início das anos 1990.

A série teve, ao todo, 50 episódios. Foi exibida pela Globo no programa da Xuxa, nas manhãs de domingo e reprisadas no "Angel Mix", infantil de Angélica. Depois passou para o SBT, onde foi exibida nas manhãs de domingo, na programação diária e, por fim, no início das tardes de sábado. Hoje, a série pertence à Band, que a exibe como tapa-buracos na programação.
Memória em Série: Publicada toda segunda-feira.
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