"Inspetor Bugiganga" foi uma marcante série de animação que fez parte da "fase de ouro" da programação infantil do SBT. Trazia como protagonista um inspetor de polícia completamente maluco, ingênuo e distraído, que se safava dos perigos graças às suas engenhocas e à esperteza da sobrinha Penny.
John Brown era um guarda de segurança que sonhava em ser o maior policial do mundo. Depois de um acidente, Brown se torna cobaia de uma experiência da dra. Brenda Bradford, que implanta no corpo de John 14000 apetrechos diferenciados. Assim ele se torna o Inspetor Bugiganga, um policial equipado com o que há de mais moderno na tecnologia robótica para combater o crime. No entanto, no mesmo acidente envolvendo John Brown, um terrível vilão acaba perdendo a mão, tendo que substituí-la por uma garra. Nasce o Garra, o pior dos criminosos.
O Inspetor Bugiganga, agora, está sempre envolvido em missões que visam desmantelar os planos diabólicos do Garra e sua gangue. O vilão, além de querer se vingar de Bugiganga, quer também instalar o crime em Metro City. A cada novo passo do Garra, Bugiganga recebia a convocação de seu chefe através de seu telefone, instalado em sua própria mão, cuja antena saía de seu dedo (celular pra que?). O chefe estava sempre escondido nos lugares mais inusitados, e entregava a Bugiganga sua missão numa mensagem auto-destrutiva. E o ciborgue sempre devolvia a mensagem ao chefe, que acabava levando uma bela explosão na cara.
Para combater o crime, Bugiganga fazia uso de suas engenhocas implantadas no corpo. Ele tinha uma hélice de helicópeto que saía de seu chapéu; pernas, braços e pescoço retráteis; armas diversas escondidas em várias partes do traje; um sobretudo inflável; além de veículos especiais, como o Bugiganga Móvel. No entanto, o inspetor não deixou a ingenuidade de lado e, quase sempre, era enganado pela gangue do Garra. Aí, entrava em cena a pequena Penny. A menina, que carregava um livro-computador de onde tirava uma série de informações sigilosas, seguia o tio com a ajuda de seu cachorro, o Cérebro, com o qual se comunicava através da coleira. Cérebro, que era um "rei dos disfarces", era confundido com um dos vilões pelo Inspetor Bugiganga. Assim, ele tinha não só que investigar os crimes, como também se livrar de Bugiganga, que estava sempre a persegui-lo.
Eram clássicos os bordões do Inspetor Bugiganga, criados pela dublagem brasileira. Quando precisava de um de seus apetrechos, Bugiganga gritava o nome do tal utensílio seguido de um "entre em ação". Por exemplo, se queria usar seu helicóptero, dizia: "helicóptero, entre em ação!" e pimba! Lá ia ele voando. Porém, nem sempre suas armas funcionavam como previsto, e o inspetor se via em maus lençóis. Outro bordão característico do herói era seu "caramba!", disparado toda vez que algo fora do comum acontecia (ou seja, toda hora!).
Mas a dublagem do desenho acabou também provocando confusão. A primeira temporada de "Inspetor Bugiganga" foi exibida pela Record e dublada no Rio de Janeiro, que traduziu o nome do protagonista para "Inspetor Gandaia". Um nome horroroso, usado, talvez, para manter a coerência com a letra "G", estampada em toda a quinquilharia pertencente ao inspetor. As temporadas seguintes, do SBT, foram dubladas em São Paulo e só aí ganharam o ótimo título "Inspetor Bugiganga".
"Inspetor Bugiganga" foi criado por Bruno Bianchi em 1983. Chegou ao Brasil entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990 e fez muito sucesso na programação infantil do SBT, onde foi exibido por anos em diferentes programas. A série animada ganhou ainda dois longas, um para o cinema e outro para a TV, produzidos pela Disney. O filme para cinema trouxe Mathew Broderick vivendo o personagem. É um filme divertido, mas funciona mais como uma paródia do personagem do que como uma adaptação fiel. E Penny e o cão não são tão importantes no filme como eram no desenho animado. Além disso, a série ganhou a versão "O Garoto Bugiganga", uma versão infantil do personagem, que foi exibido por aqui pela Globo.
Animação em Série: Publicada toda quinta-feira.
Um comentário:
Ótimo artigo.
Parabéns!
Postar um comentário