segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A menina que ilumina


"Punky - A Levada da Breca" ("Punky Brewster", no original) é uma das mais queridas séries da geração 1980. Levada ao ar pelo SBT em diferentes momentos de sua história, a sitcom caiu no gosto dos brasileiros, sobretudo das crianças, ao trazer como protagonista uma pequena e divertida garota órfã. Foi criada por David W. Duclon.

Punky (que, na verdade, se chama Penélope, e é vivida pela atriz-mirim Soleil Moon Frye) tem uma história triste. Foi abandonada pelo pai ainda bebê e, mais tarde, deixada pela mãe num supermercado. A garota e seu cão Pinky (Brandon, no original) acabam indo se abrigar num apartamento vazio de um prédio, cujo síndico é Arthur Bicudo (Henry Warnimont, no original, vivido por George Gaynes). Arthur é um velho e rabugento viúvo que ganha a vida como fotógrafo. O encontro dos dois não é nada amistoso. Porém, aos poucos, Punky começa a amolecer o coração de Arthur. Os dois fazem muito bem um ao outro: Arthur, que vivia desanimado, ganha um novo estímulo e uma nova razão para viver; e Punky, finalmente, ganha uma casa e o carinho de um pai amoroso. Arthur acaba adotando Punky e, a partir daí, a confusão está formada.

Punky é muito alegre e brincalhona e adora se vestir espalhafatosamente. Num figurino multicolorido, com direito a maria-chiquinhas no cabelo e lenço amarrado às calças, a pequena vive inventando brincadeiras. A seu lado, a melhor amiga Cátia (Cherie Johnson era o nome original da personagem e também da atriz que a interpretava), neta da divertida dona Luiza (Betty Johnson, vivida por Susie Garret), vizinha de Arthur. Na turminha de Punky havia ainda o ingênuo Junior (Allen Anderson, vivido por Casey Ellison) e a narcisista Margot Kramer (Margaux Kramer, vivida por Ami Foster). E não podemos esquecer do hilário Mike Fulton (T. K. Carter), o faz-tudo do prédio de Punky, que vive metido em explosões.

Punky, apesar de ser uma comédia família com forte apelo juvenil, também ostentava um roteiro vitorioso que valorizava a discussão de temas familiares e, por vezes, polêmicos. Em meio à diversão, sempre havia um momento de emoção nos episódios. Em vários deles, Punky ficava triste por algum motivo e ouvia as sábias lições de vida de Arthur. São inesquecíveis episódios como o qual Cátia acaba presa em um refrigerador velho durante um jogo de esconde-esconde, em que ela se esconde dentro do refrigerador e não consegue sair depois, desmaiando por falta de oxigênio e Punky salva sua vida aplicando técnicas de reanimação cardiorrespiratória que ela aprendeu na escola. Há também um dos mais sérios episódios da série no qual trata de abuso sexual de menores. Tudo permeado com humor e delicadeza.

"Punky" fez tanto sucesso que rendeu uma série animada ("It's Punky Brewster", no original) em que Punky ganha a companhia do ser mágico Glommer, que pode fazer tudo acontecer mexendo a ponta das orelhas. Com 26 episódios, a animação não tem o mesmo charme da série original.

"Punky" foi produzida entre 1984 e 1988, com quatro temporadas e 88 episódios exibidos na NBC. No Brasil, estreou no SBT com a maravilhosa dublagem dos estúdios Maga, da TVS. Fez parte da programação infantil e passeou pela grade, sendo constantemente reprisada por anos a fio, sendo uma espécie de "Chaves". No ano passado, a série foi adquirida pela Band e ganhou uma nova dublagem. Foi exibida nas tardes da emissora no início de 2009, mas logo saiu do ar, infelizmente. Esperamos que a rede reconsidere e traga "Punky" para alegrar os saudosos e conquistar uma nova geração.

Memória em Série: Publicada toda segunda-feira.

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