Alan Ball é um cara inteligente. Eu sempre fui fã do filme “Beleza Americana” e “Six Feet Under” é uma de minhas séries favoritas. E Ball está por trás de ambos. Agora, nos brinda com a segunda temporada de “True Blood”, que fica cada vez mais interessante.
O segundo ano começou confuso. Teve muitas surpresas devido ao gancho deixado na temporada anterior e cenas deliciosas com os personagens da saga, mas parecia haver uma falta de unidade no enredo da nova fase. Talvez porque o fio condutor do primeiro ano tenha sido muito claro desde o início, com a caça ao serial killer de Bon Temps, o espectador ficou meio perdido e procurando uma trilha para seguir neste ano. Porém, cinco episódios depois, a trilha ficou clara. E só não foi percebida antes porque tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo em “True Blood”.
Várias vertentes começam a se formar. Sookie e Bill estão em Dallas numa missão dada por Eric, em busca da solução do desaparecimento de Godric. O episódio passado deixou bem claro a importância de Godric na vida de Eric: ele é seu criador! A saída do casal principal de Bon Temps deu um novo ar à “True Blood”. Sai o ambiente caipira e entra a “cidade grande”, com seus personagens interessantes. E Sookie encontrou outro telepata no hotel de vampiros. O que será que ele vai trazer para a história?
Enquanto isso, várias outras coisas acontecem em Bon Temps. Maryann segue cada vez mais misteriosa e seu interesse em Tara só aumenta. Ela não escondeu a decepção quando Tara a comunicou que se mudaria para a casa de Sookie e tratou de dar um jeito de se mudar para lá também. A estranha mulher, que tem alguma ligação com Baco, o deus do vinho, segue não medindo esforços para unir Tara e Eggs. Alguns já apostam que ela é a criatura que matou a falsa exorcista e atacou Sookie nos primeiros episódios. Será?
Já Sam Merlotte se esqueceu de fugir e começa um novo relacionamento com Daphne. A moçoila revelou também ser um metamorfo e agora os dois não se desgrudam. Bom para Sam, que é um cara legal. Mas, quando a esmola é demais, o santo desconfia... De olho nessa Daphne! E naquela imensa marca que a garçonete tem nas costas!
E Jason continua a fazer rir com aquela cara de idiota dele! A expressão de alegria dele quando o líder da Sociedade do Sol lhe mostrou as armas utilizadas para matar vampiros foi impagável! E ele não se emenda: o flerte com Sarah já começa a se tornar mais, digamos, “concreto”. Sair com a mulher do líder da seita: é a cara do Jason! Aliás, a abordagem do fanatismo religioso continua sendo um dos melhores momentos desta temporada da série.
E ainda tem Jessica, que roubou a cena desde o início, e agora engata um romance com o ingênuo Hoyt. Essa dupla ainda promete arrancar boas risadas! Aliás, essa é uma constante nas criações de Alan Ball: trazer dramas com algo a dizer, mas que nos fazem rir. “True Blood” tem o mérito de provocar reflexão ao mesmo tempo em que diverte e ainda traz boas doses de suspense e aventura. O ritmo de cada episódio flui tão bem que, quando se percebe, uma hora já se passou e o capítulo chegou ao fim. E sempre com ótimos ganchos, que nos fazem contar os minutos até chegar o próximo domingo. “True Blood” foi a grande estreia de 2008 e não decepciona em 2009. Mais um mérito de Alan Ball!
Séries em Série é a coluna assinada por este jornalista, publicada todas as terças-feiras no portal Tele História (http://www.telehistoria.com.br/).
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