Causou-me certa estranheza o final da primeira temporada de “Californication”. Afinal, Hank sequestrando Karen no dia do casamento da moçoila e fugindo com ela e Becca, como num final de uma comédia romântica... Aquilo não tinha nada a ver com a série! Que loucura!
Claro que essa foi a minha primeira ideia ao ver aquele episódio, ainda empolgado e sem pensar direito. Em outras palavras, subestimei os roteiristas da série. Depois, ao assimilar as ideias, pensei: “claro, isso é ‘Californication’! A segunda temporada há de surpreender”.
Eis que a segunda temporada chega ao Brasil, num atraso sem muita lógica promovido pelo Warner Channel, e o clima “Californication” é despejado sobre nós sem dó nem piedade. Na verdade, o gancho do final do primeiro ano foi um belo mote para uma nova leva de situações a la Hank Moody. Ele e Karen sempre se amaram, isso é óbvio, mas não conseguem ficar juntos! E isso fica bem claro no decorrer deste segundo ano.
“Californication”, neste segundo ano, parece querer desmistificar o estigma do final feliz. O que nos faz pensar logo nos “felizes para sempre” dos contos de fada. O que de fato aconteceu quando Branca de Neve e o Príncipe se casaram? E a Bela Adormecida, continua dormindo bastante? “Californication”, em seu segundo ano, desmonta a tese da felicidade absoluta.
Obviamente, a série está longe de ser um conto de fadas e Hank Moody também está beeeem longe de ser um príncipe encantado (embora uma colega minha seja completamente apaixonada por ele... por que será que elas sempre gostam dos cafajestes?). Ainda bem! É o estranho charme emanado pelo personagem de David Duchovny que faz de “Californication” uma das séries mais interessantes da atualidade.
Aliás, seria injusto não falar dos coadjuvantes: Charlie se aventurando pelo cinema pornô é qualquer nota! E Becca descobrindo o amor... coitado do Hank!
Não se perca no segundo ano de “Californication”: no ar pelo Warner Channel toda quinta-feira, às 22 horas. São dois episódios inéditos seguidos por semana.
Séries em Série é a coluna semanal assinada por este jornalista, publicada toda terça no portal Tele História (http://www.telehistoria.com.br/).
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